Enquanto discutem se a culpa é do PT o grande capital internacional se torna mais voraz, mais dominador e mais irracional do que nunca. Se não acreditam mais na política, o que fazer da ONU, da FAO, das organizações criadas no pós-guerra para mediar os conflitos de interesses entre o capital e as pessoas e lugares, agora o que será delas? Voltamos ao "Fim da política" (Arrigui estava certo?, acredito que não!)? Chegamos, fica nítido, ao período demográfico da história, conforme pontuou Milton Santos (https://www.youtube.com/watch?v=Gyu-kd9vFZI). A política ressurgirá nos lugares, a partir das pessoas nos contextos de seus conflitos, mas há que se reconhecer as ideologias de nosso período (entre elas a do fim da política e das representações...). Aqui que está a questão da América Latina, o que inclui, viu!, o Brasil, que historicamente tem servido de capacho para a entrada yanke, obviamente com o gosto das elites políticas e econômicas preparadas a lá tio Zé Carioca. Esse projeto volta agora com toda força, fragmentando formas originais de organização que, com todas as críticas possíveis, tiveram algum tipo de apoio nas últimas duas décadas, se voltamos ao "livre mercado" voltamos a guerra de todos contra todos, sinônimo de Guerra dos Lugares (https://www.youtube.com/watch?v=X29oQH5s9tg), por isso voltam ideologias como as separatistas, os discursos de ódio, as separações do tipo 8 ou 80, as oposições simples entre direita e esquerda, entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Nossa volta a essa pseudo-racionalidade (que afugenta coisas não ocidentalizantes e pré-colombianas, exemplificadas nas culturas milenares africana e indígena...) não mais é que voltar a negação de um pensamento próprio e autônomo, por isso qualquer coisa que congregue um pensamento de matriz latina (baseado em sua história própria, frente ao mundo) é visto como suspeito e passível de ser demonizado, uma pena que aqueles que o façam sejam exatamente aqueles que não veem as amarras que nos sugam para longe de um projeto mais humano e verdadeiramente livre. Nunca é demais e tarde lembrar, somos tod@s Latinos diante do mundo, embora distintos dentro de nós mesmos.
Assistir Crise no Congo.
Assistir Milton Santos, "O período popular da história: O mundo global visto do lado de cá, Globalização"
Reflexão de Clayton Silva