Descrição micromorfológica de material pedológico do afloramento Bananas 1, rio Bananas, Guarapuava – PR.

27-09-2016 10:41

Acadêmico: José Henrique Kaminski

Orientador: Maurício Camargo Filho

 

Introdução

Um dos principais componentes do meio físico é o solo. Ele está relacionado com o clima, a geologia, a geomorfologia, a litologia e com os demais integrantes do meio ambiente que, quando integrados, constitui a pedogênese, de onde surge o produto final que é o solo. Um exemplo dessa interação entre os integrantes do meio ambiente é o intemperismo, que causa a desintegração e desagregação das rochas por meio de processos biológicos, físicos e químicos. Os processos responsáveis pela formação do solo deixam impressas suas digitais, através das microfeições que se preservam no ambiente pedológico e sedimentar. As informações estão contidas dentro desta complexidade pedológica tem dimensão que vão do quilômetro (km) a micra (µm). O estudo da micromorfologia tem se tornado uma ferramenta eficiente e de vital importância para a compreensão do pedoambiente. As descrições macroscópicas e micromorfológicas permitem que se identifique a relação entre o perfil do solo observado em campo e as feições de observação nas lâminas delgadas (BULLOCK et al, 1985). O material extraído do afloramento Bananas 1 se apresentou rico em óxidos e hidróxidos de ferro que tornam a lâmina isótica, dificultando a identificação e descrição das microfeições. Apesar o problema identificado foi possível descrever algumas feições e relacioná-las com sua origem.

Materiais e Métodos

O trabalho foi realizado com material coletado no afloramento Bananas 1. Para tal tarefa foram adotadas técnicas para a descrição e identificação das amostras. O material indeformado foi impregnado com resina de polióis e poliesters.

Posteriormente as lâminas foram sistematicamente descritas segundo Castro (2002).

Resultados e Discussão

O afloramento Bananas 1, esta situado na bacia do rio Bananas na margem direita do rio homônimo. O local constitui-se na exposição de parte de encosta exposta por corte de estrada vicinal. A base do afloramento é formada por rochas basálticas melanocráticas sem presença (visível) de amigdalas ou vesículas nem de fragmentos de quartzo. Sobreposto a rocha descrita, encontra-se o afloramento o qual é constituído por alterita na zona de contato com a rocha. Os horizontes identificados foram o “C”, “B” e “A” e a serapilheira. O contato entre a alterita e a rocha é difuso. Essa unidade tem cor vermelho amarelada (7.5YR 8/6) e sinais de bioturbação originada principalmente por insetos e animais escavadores. A unidade “C” tem cor vermelho amarelada (7.5YR 6/6) á areno-síltico-argilosa. Possui raízes em posição de vida, biotúbulos originados por insetos escavadores e fragmentos de quartzo e basalto subarrendados bem alterados. Já

o horizonte “B” de cor marrom forte (7.5YR 5/8) é argilo siltoso, como nas demais unidades subjacentes possui raízes em posição de vida e biotúbulos. O horizonte “A” com cor marrom muito escuro (7.5YR 4/3) possui muitas raízes em posição de vida, poros planares, oriundos de ressecamento, cavidades e biotúbulos macroscópicos.